Mãe.
Hoje não falo do que faço.
Hoje falo de quem me fez.
Há em mim duas raízes que nunca foram vistas, mas sempre estiveram ali:
minha mãe, que me deu o nome e a coragem, e minha madrinha, que me deu o norte quando eu era só perguntas.
Se cheguei até aqui, não foi por merecimento. Foi por amor herdado, cuidado silencioso, gestos que não pedi, mas recebi.
Elas me sustentaram quando eu mal sabia quem era. Elas me ouviram quando o mundo não fazia sentido. E me amaram mesmo quando eu não era fácil de amar.
Ser mãe é obra invisível. É doação sem aplauso.
É ferida escondida atrás de um sorriso. Ser mãe é amar com a alma rasgada,
e mesmo assim, continuar servindo amor.
As mães têm o ofício mais ingrato do mundo:
se acertam, é obrigação;
se erram, é culpa.
E mesmo assim, amam. E mesmo assim, ficam.
Hoje escrevo como quem reza. Como quem agradece em silêncio, sabendo que nenhuma palavra alcança o que elas são.
Mãe, Madrinha,
vocês não foram apenas amor.
Foram alicerce.
E por isso, hoje eu não celebro o Dia das Mães.
Hoje, eu celebro o milagre de ter sido filha de vocês.
Às mães todas, que acordam sem serem vistas, que se doam sem serem lembradas,
que envelhecem segurando o mundo nos braços minha mais profunda admiração.
Vocês merecem mais do que flores, mais do que um domingo,
mais do que um texto como este.
Merecem eternidade.